segunda-feira, 12 de maio de 2014

Sobre Recordações


Há muito tempo gosto de fotos, fotografias, selfies, imagens, retratos ... de mim, dos outros, das coisas, dos lugares. Acho que não há forma melhor de guardar uma lembrança do que registrá-la em fotografias significativas. Tanto "amo muito tudo isso" que me tornei fotógrafa. 
O estudo da fotografia me fez começar a meditar muito sobre a efemeridade das fotografias digitais, quando estas permanecem desta forma: digitais. 

Adoro tecnologia, não me leve a mal, e sei muito pouco de fotografia analógica, mas para mim a fotografia toma vida e se torna completa quando eu posso "ver com as mãos", tocar, alcançar, emoldurar, pendurar, e mostrar, sem precisar abrir o computador ou o smartphone. Acho que é muito mais gostoso mostrar as fotos de uma viagem, por exemplo, sentada no sofá com um álbum em uma mão e uma xícara de chá na outra do que apenas mandando um link delas para serem vistas na tela gelada de um computador.

Por esse motivo, meu marido e eu iniciamos um projeto de impressão de toda a nossa vida à dois. Estamos fazendo álbuns desde a época que nos conhecemos até a nossa doce rotina de casados que vivemos hoje.
Estamos usando o famoso americano Blurb pois são álbuns simples e que comportam um grande número de páginas (o álbum dos nossos primeiros 2 anos juntos somou perto de 200 páginas, e isso no formato 30x30 - bem grande). Fizemos também um pequeno álbum do nosso ensaio pré-casamento (já virou meu xodó), e outro grande álbum da nossa saudosa lua-de-mel. Recomendo o Blurb para esse tipo de memória; fotos em grande quantidade, para fazer muitas páginas de vários momentos. A maioria das nossas fotos nos álbuns são de celular mesmo, e fazendo uma diagramação simples a gente deu conta de deixar elas mais apresentáveis.

O álbum do nosso primeiro ano de casados já está no forno e em breve será mandado para impressão, e assim pretendemos seguir com esse nosso pequeno projeto, um álbum por ano, tornando nossas memórias um pouco mais palpáveis. Uma das partes mais legais, é que temos feito isso juntos, até o Antônio pegou o gosto por montar essas recordações e tem se empenhado mais do que eu mesma pra tornar esse projeto realidade.

Semana passada chegaram nossos 3 primeiros álbuns e tenho recordado momentos especiais quase que diariamente. Seguem algumas fotos para vocês verem um pouco de como eles ficaram... mas sintam-se bem-vindos para fazer uma visitinha para aquela xícara de chá (e um pão-de-queijo, claro) e poder "ver com as mãos" algumas das nossas experiências.

Obs: meus bebês fofos, minhas grávidas divas, minhas crianças festeiras, meus casais apaixonados, minhas amigas belas ... suas fotos podem ser entregues em álbuns muito especiais também... esses serão impressos em um papel todo especial... mas isso é assunto pra outro post, em outro blog, em um site novo (que está no forno já... uhuuuuuu) 












sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A ESPERA COMO ELA É

*Aviso: post longo!
Faz um bom tempo que tenho sentido uma certa indignação com a forma que o meio evangélico tem abordado os relacionamentos românticos (namoro, noivado, casamento, e inclusive a evitada espera). Já até tive vontade de escrever um livro sobre a minha experiência, porque eu tenho visto que as editoras cristãs publicam muitos livros que criam expectativas muito difíceis ou impossíveis de serem alcançadas. Tenho amigas e amigos muito queridos que, solteiros ou casados, têm experiências diferentes, cada uma mais linda que a outra.
Acho que está na hora de sermos mais sinceros uns com os outros sobre esse assunto. Precisamos compartilhar como é de verdade toda essa experiência de busca e espera pela pessoa com a qual iremos dividir o resto das nossas vidas. Temos que perder a vergonha e o falso moralismo, e mandar a real sobre as dificuldades, ansiedades e questionamentos que tudo isso traz.
Por isso resolvi escrever a respeito desse assunto aqui no blog. Espero que, ao compartilhar minha experiência, eu possa encorajar você a também contar sobre a sua. 
Bom, vamos por partes.
Eu passei uma boa parte da adolescência lendo sobre namoro cristão, corte, pureza, e a pessoa escolhida de Deus pra mim. Eu inclusive escrevia diários sobre isso, sobre como eu queria que fosse, orações sobre meu futuro marido, e cartas para ele. Não acho que essas coisas foram desperdício de tempo. Mas apesar dessas teorias serem lindas, eu não aprendi muito a respeito da realidade dessa espera através desses livros.  
A verdade é que a espera é difícil, confusa, solitária e muitas vezes desesperadora. 
Durante meu processo de busca, eu passei por várias fases. Em cada uma delas eu falava coisas diferentes pra mim mesma, muitas vezes tentando me enganar.
Fase 1) "Deus já me mostrou que tipo de homem eu vou casar. E quando ele aparecer eu vou simplesmente saber que é ele!" Sobre isso digo o seguinte: meu marido não é como eu imaginei que seria, e dou DOU GRAÇAS A DEUS TODOS OS DIAS POR ISSO! Ao longo do caminho conheci meninos que pareciam se encaixar naquilo que eu erroneamente sonhava, mas nenhum deles me fez sentir do jeito que eu sonhava me sentir. Eu precisei abrir mão das minhas pré-concepções pra encontrar meu amor.
Fase 2) "Ah, tudo bem se eu não casar, tem gente que casa e é infeliz, e eu conheço muitos solteiros felizes" - Eu estava mentindo pra mim mesma! No meu coração, bem lá no fundo, não estava tudo bem coisa nenhuma, eu queria mesmo era casar! Não, não estou dizendo que casamento traz a felicidade, e que só é feliz quem casa, mas eu, a Jeise, queria muito encontrar aquela pessoa. Quando eu entrei nessa fase de dizer que não tinha problema eu ficar solteira pro resto da vida, era porque eu tinha vergonha de admitir que havia algo faltando.
Fase 3) "Quem sabe se eu for mais fiel, 'santa', focar mais em honrar a Deus, Ele vai ver que eu mereço e estou pronta" - Mega nada a ver! Deus não faz esse tipo de troca, é tudo graça, e ponto final! Mas existem muitas linha por aí ensinando esse tipo de pensamento. Até já me disseram depois do meu casamento: "Que linda a história de vocês! Tá vendo, quando a gente honra e espera em Deus, Ele nos recompensa e é tudo perfeito". Minha resposta: "É tudo graça minha amiga! Nós fomos bem impacientes e ansiosos e mesmo assim Deus foi bom com a gente!" É claro, devemos focar em Deus! Mas devemos querer fazer isso simplesmente pela presença de Deus em si. Não por alguma outra recompensa. A recompensa é o próprio Deus! E esta é dada em qualquer fase da vida.
Fase 4) "Quer saber? O próximo que demonstrar qualquer interesse por mim, eu namoro! Caiu na rede é peixe. Vai ver eu é que sou muito seletiva." - E não é que aconteceu? O pior é que não cometi esse erro somente uma vez não. Namorei caras errados para mim. Sofri à toa em relacionamentos que eu tinha certeza que não eram certos. Deus é tão bom, que aprendi muito com essas experiências, mas mesmo assim, foi o meu pensamento errado dessa fase que me levou a passar por traumas que eu poderia ter evitado.
Fase 5) "Já que vou ficar solteira mesmo, vou embora pra outro país, virar missionária, e viver pelos outros" Maior mentira! Em todos os trabalhos, projetos, encontros, missões, retiros, acampamentos, e viagens das quais participei, meu radar estava mega acesso pra ver se talvez o meu prometido estaria lá! kkkkkkk Mas se alguém me perguntasse na época, eu juraria de pé junto que não! Eu estava lá sem nenhum interesse nessas coisas!
Fase 6) "Quem sabe se eu fosse mais magra, mais pretendentes interessantes apareceriam." Aposto que tem muita menina gordinha que se sente assim. E nesse caso, um cliché pode ser bem aplicado: Ele tem que gostar da gente como a gente é! Meu marido me conheceu mais gordinha, e se apaixonou... durante o noivado emagreci... e depois do casamento engordei tudo de novo! E ele não comenta, não reclama, essa jornada pela aparência ideal é totalmente pessoal, e seu cônjuge não pode pressionar você a mudar. O amor verdadeiro realmente vai além disso tudo! 
Fase 7) "Quer saber? Eu não fui feita pra ficar solteira. Eu quero casar, e vou me casar." Nessa fase comecei a ser mais sincera comigo mesma, com os outros, e especialmente com Deus. Foi a fase que me trouxe para onde estou. Pode soar estranho, porque parece que eu tomei o controle da situação e não "esperei" de fato aquilo que Deus tinha pra mim. Mas o que eu aprendi nesse período foi que, sim, Deus é soberano, nada foge do Seu controle, entretanto, casamento é uma decisão como muitas outras que tomamos. Decisão muito importante, com certeza, só que não deixa de ser uma decisão. Eu decidi não aceitar o pedido de casamento de outros namorados, e eu decidi terminar outros relacionamentos que tive. E assim eu também decidi aceitar o pedido de casamento que o Antonio fez para mim no primeiro dia do nosso namoro no ano passado. 
Depois de cada uma dessas decisões eu tive muitas dúvidas, inclusive durante os preparativos do meu casamento. O ser humano é assim, lá no fundo dá aquele frio de barriga, e você pergunta a Deus todos os dias se é isso mesmo que você deve fazer. Essas coisas ninguém posta no facebook, e relacionamentos são sim muito difíceis. Mas é uma decisão diária de ficar com aquela pessoa que você aceitou e escolheu amar pro resto da sua vida. 
Quando o Antonio apareceu e eu rejeitei ele no inicio. Eu era travada, preconceituosa, e achava que qualquer cantada era safadeza. hahaha Ele sempre me lembra que no primeiro dia que eu o vi eu disse que ele tinha cara de malandro. Olha que mau-educada eu fui! Ainda bem que ele achou graça disso e me deu mais uma chance. Eu também resolvi dar a ele mais uma chance, e me abri um pouco, depois que eu o conheci mesmo, e formamos uma amizade firme, me apaixonei e percebi que ele tinha muitas características especiais que talvez antes eu não teria notado se eu estivesse nas outra fases acima. 
O resto é história ... namoramos, noivamos, casamos, me mudei, e MUDO todo dia. A gente decide ficar junto todos os dias, a gente decide se amar todos os dias, a gente decide se respeitar todos os dias, a gente decide fazer as pazes sempre que briga. Meu marido realmente é um grande presente de Deus e eu o amo demais! Não imagino mais minha vida sem ele!
Eu não acredito que exista uma pessoa certa pra gente no mundo. Eu acho que Deus nos dá capacidade de escolher e fazer dar certo, com a ajuda de Jesus, todos os dias. Dessa forma, a homem com quem me casei se tornou o homem certo para mim, o grande amor da minha vida, e a única pessoa com quem eu poderia dividir o resto da minha vida!
Se você sobreviveu e leu até aqui, muito obrigada! Compartilhe também, de alguma forma, a realidade da sua espera atual ou passada. Mas antes de mais nada, seja sincero(a) consigo mesmo(a)!


Créditos da foto: Aline Kaehler Photography: http://www.kaehlerphoto.com/

domingo, 27 de outubro de 2013

Bem menos à toa!

Não é por descuido, descaso, ou desânimo que faz muito tempo que escrevo.
Em um post anterior (aqui) eu clamei por ajuda por não saber mais o que fazer com tanto tempo livre, e que eu precisava muito achar alguma produção para fora do nosso apartamento.
Pois então, desde lá muita coisa mudou!

Há 4 meses voltei a trabalhar. E não posso deixar de admitir que encontro muita satisfação na carreira que escolhi pra mim. Dar aulas é algo muito recompensador e eu amo demais ajudar meus alunos a aprender a se comunicar em outro idioma. Cada dia chego em casa cheia de histórias pra contar ao Antônio. Ele já até sabe o nome dos meus alunos e pergunta: "Como foi com o 'fulano' hoje?", "A 'ciclana' tá indo bem?"
Acompanhar o desenvolvimento dos meus alunos, desde os mais novinhos, até os adultos, é simplesmente maravilhoso.

Além de voltar ao batente, e antes mesmo do início do semestre letivo, eu comecei a desenvolver um novo interesse: a fotografia! Não tenho certeza se isso é um cliché, posso estar errada, mas acho que é. Parece que existem alguns momentos da vida que impulsionam as pessoas a esse interesse. Mexer com muitos momentos fotográficos antes, durante, e depois do nosso casamento me tornou um pouco mais exigente e curiosa em relação a esta arte.

Agora, pensa numa pessoa que até 6 meses atrás não entendia bulhufas de nada disso! Pois é, essa era eu. A única coisa que eu sabia é que haviam fotos que agradavam muito ao meu olhar, e outras que, digamos assim, nem tanto. Minha nova curiosidade me levou a pesquisar um pouco mais sobre o assunto. Meu Antônio, como sempre, mega companheiro, me incentivou a estudar fotografia e encontramos uma escola super legal aqui em Belo Horizonte.

Pra começar fiz um curso introdutório pra ver se era isso mesmo que eu queria, e se valeria a pena começar a investir em equipamentos. Esse primeiro curso só fez aumentar a minha vontade de saber mais. E depois que ele acabou fiquei desesperada por saber que ainda tinha tanta coisa pra aprender, e eu sabia tão pouquinho.

Agora estou fazendo um curso mais completo, com vários módulos que ainda durarão por meses. Estou animadíssima com tudo que tenho aprendido, e apavorada com a quantidade de coisas que ainda preciso saber. Mas a fotografia tem, com toda certeza, se tornado uma grande paixão e pretendo continuar clicando por aí. Onde isso vai dar? Ainda não sei ao certo, mas sei que enquanto houver uma câmera na minha mão, e pessoas na minha vida, os cliques continuarão.